O corpo humano




Sistema Linfático


Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares sangüíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sangüínea.

É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos. Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e de parte do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração.

Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos.

Órgãos linfáticos: amígdalas (tonsilas), adenóides, baço, linfonodos ( nódulos linfáticos) e timo (tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).

Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem linfócitos.

Timo: órgão linfático mais desenvolvido no período prenatal, involui desde o nascimento até a puberdade.

Linfonodos ou nódulos linfáticos: órgãos linfáticosmais numerosos do organismo, cuja função é a de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vírus e bactérias. Nele ocorrem linfócitos, macrófagos e plasmócitos. A proliferação dessas células provocada pela presença de bactérias ou substâncias/organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos gânglios, que se tornam dolorosos, formando a íngua.

Baço: órgão linfático, excluído da circulação linfática, interposto na circulação sangüínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, através da 
fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático.

Origem dos linfócitos: medula óssea (tecido conjuntivo reticular mielóide: precursor de todos os elementos figurados do sangue).

• Linfócitos T – maturam-se no timo.

• Linfócitos B – saem da medula já maduros.

Os linfócitos chegam aos órgãos linfáticos periféricos através do sangue e da linfa.

EDEMA

O edema subcutâneo não é detectado clinicamente até que o volume intersticial tenha aumentado acima de 100%, o que corresponde a 10% de aumento do tamanho de um membro. Apesar de não ser fatal, o edema periférico tem efeitos indesejáveis, tais como: deficiência na nutrição celular (decorrente do ↑ da distância difusional), ulceração da pele, deformidade, desconforto e dificuldade de locomoção.

O edema se desenvolve quando a taxa de filtração capilar supera a taxa de drenagem linfática por determinado período, ou seja, a patogênese do edema envolve ou um aumento da taxa de filtração, ou uma diminuição do fluxo linfático. Desde que os fatores que governam a filtração são dados pela “Expressão de Starling”, os termos dessa equação fornecem uma classificação lógica para o edema.

Causas do Edema
- ↑ da Pressão Capilar - geralmente, a elevação crônica da pressão venosa causada por insuficiência ventricular ou sobrecarga de fluido (a qual ↑ a resistência pós-capilar e pode levar mais tardiamente à incompetência das válvulas venosas). Uma pressão de 20 a 40 mm Hg se desenvolve no sistema venoso de capilares da pele de membros durante insuficiência ventricular direita. O fluido do edema, nesses casos, tem um baixo nível de proteína, cerca de 1 a 10 g/l, devido ao efeito diluidor da taxa de filtração que está alta.

- ↓ da Pressão Plasmática - a hipoproteinemia eleva a taxa de filtração capilar resultante e o fluxo de linfa. Ao mesmo tempo, a concentração de proteína no interstício se reduz (de 1 a 6 g/l), e essa alteração produz alguma proteção contra a formação do edema. Clinicamente se sabe que edema visível só se desenvolve quando a concentração de proteína plasmática ↓ para valores abaixo de 30 g/l. Hipoproteinemia pode ser causada por má-nutrição, má-absorção devido a doença intestinal, perda excessiva de proteína na urina (síndrome nefrótica) ou na luz do estômago (enteropatia), insuficiência hepática (uma vez que o fígado é o local de síntese de albumina, fibrinogênio, S-globulinas e bglobulinas).

A causa mais comum de insuficiência hepática é a cirrose, que leva a edema abdominal (ascite) devido ao ↑ de pressão na veia porta e ↓ da pressão plasmática. A síndrome nefrótica é caracterizada por albuminúria, devido à passagem da albumina (freqüentemente superior a 20 g/dia) pela membrana glomerular.

- Alterações na Permeabilidade Capilar

– Na inflamação, as propriedades da parede capilar se alteram: ocorre ↑ da condutância hidráulica e da permeabilidade a proteínas e o coeficiente de reflexão ↓. Essas alterações causam um edema grave com alta concentração de proteína.

- Insuficiência Linfática - causa tanto o acúmulo de fluido quanto de proteína, uma vez que esses dois
elementos passam para o espaço intersticial em quantidades consideráveis durante o período de um
dia. Como a linfa é a única via por onde as proteínas que escaparam retornam ao plasma, o fluido do
linfedema é rico em proteína.

No linfoedema de membros, o conteúdo de proteína é de 30 g/l ou mais, e a proporção linfa: plasma é maior que 0,4, em contraste com os edemas diluídos (menor que 10 g/l). Essa situação provoca um crescimento fibrótico/gorduroso, de forma que linfoedema não é deformável facilmente.

Nos países ocidentais, a insuficiência linfática está associada a má-formação dos troncos linfáticos de membros (linfoedema idiopático) ou ao dano de nódulos linfáticos causado pela terapia do câncer. No entanto, a causa mais comum da insuficiência linfática no mundo é a filariose (ou elefantíase, provocada pela infestação por nematodo transmitido por mosquito).

Causas de aumento do volume de líquido intersticial e edema Aumento da pressão de filtração

• Dilatação arteriolar
• Constrição venular
• ↑da pressão venosa (insuficiência cardíaca, válvulas incompetentes, obstrução venosa, ↑do volume
total do líquido extracelular, efeito da força da gravidade).

Redução do gradiente de pressão osmótica através do capilar
• Redução do teor de proteínas plasmáticas
• Acúmulo de substâncias osmoticamente ativas no espaço intersticial.
Aumento da permeabilidade capilar
• Histamina e substâncias relacionadas
• Cistinas, etc.

Sistema Endócrino

Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo.


Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atuam na coordenação e regulação das funções corporais.

Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios

Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas. 

Hipófise ou pituitária


Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes: o lobo anterior (ou adenohipófise)e o lobo posterior (ou neurohipófise).


Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles:

• Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide.
• Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-renal)
• Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.

• Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).




Hipotálamo
Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino.

O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio pituitário, por feed-back. Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o  mediador entre esses dois sistemas.

O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que atuam sobre a adenohipófise, estimulando ou inibindo suas secreções. Produz também os hormônios ocitocina e ADH (antidiurético), armazenados e secretados pela neuro-hipófise.

Tireóide
Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos
e a saída dele para o plasma sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.


Paratireóides

São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.




Adrenais ou supra-renais
São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes – medula e córtex -
secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os androgênicos.

Pâncreas
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.

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Sistema Cardiovascular ou Circulatório

Para continuarmos o aprendizado sobre o que é normal nos sistemas que abrangem o organismo humano e posteriormente entendermos as disfunções que o acometem e como resolvê-las na área da Fisioterapia Dermato Funcional, hoje vamos falar a respeito do Sistema Cardiovascular/Circulatório.

Sistema Cardiovascular


O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e tamanhos, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas contrações do coração.


Funções do sistema cardiovascular

O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande eficiência:

Transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela eliminação de gás carbônico, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio do sangue.

Transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão passam através de um fino tecido e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto-estrada", os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, chegando até as células.

Transporte de resíduos metabólicos: as atividades que ocorrem dentro das células do corpo originam resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo. O transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos responsáveis pela excreção, é feito pelo sangue.

Transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos órgãos
e distribuídas pelo sangue, capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do corpo.

Intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em uma parte do corpo e posteriormente serão utilizadas em outra parte. Exemplo: células do fígado armazenam moléculas de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, energia, que o sangue leva para outras células do corpo que estejam precisando.

Transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição de calor de forma igualitária (igual) pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em todas as regiões;

Distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células fagocitárias, componentes que fazem parte da defesa do organismo contra agentes infecciosos.
Coagulação sanguínea: pelo sangue circulam as plaquetas (pedaços de um tipo celular da medula óssea – megacariócito), com função na coagulação sanguínea (“tampar” regiões que estão em sangramento). O sangue contém ainda fatores de coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de rompimento de um vaso sanguíneo, juntamente com as plaquetas.

Componentes do Sistema Cardiovascular
Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos sanguíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa (esses dois últimos abordaremos de forma mais aprofundada na próxima publicação sobre o Sistema Linfático).

CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, abaixo de um osso chamado esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas.

O coração humano apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos.




O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através de uma válvula conhecida como tricúspide.
O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral. A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos.

As câmaras cardíacas contraem-se e relaxam-se alternadamente 70 vezes por minuto, em média. O processo de contração de cada câmara do miocárdio (músculo cardíaco) denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a diástole.


Controle Nervoso do Coração

Embora o coração possua seus próprios sistemas de controle e possa continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser afetada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central.

O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas parassimpático e simpático.

A estimulação dos nervos parassimpáticos diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo sistema nervoso parassimpático durante o período de repouso (sono), juntamente com o restante do corpo. Isso ajuda a preservar os recursos do coração, pois, durante os períodos de repouso há um menor desgaste do órgão.

A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o coração, já que aumenta a atividade cardíaca como bomba. Algumas vezes aumenta a capacidade de bombear sangue em até 100%. Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sanguíneo através do sistema circulatório. Os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo de auxílio utilizado numa emergência.

Os neurônios que se encontram após os gânglios (pós-ganglionares) do sistema nervoso simpático secretam principalmente Noradrenalina e Adrenalina, responsáveis pela ação final em situações de emergência. E o neurotransmissor secretado pelos neurônios após os gânglios (pós-ganglionares) do sistema nervoso parassimpático é a Acetilcolina promovendo ação final em situações de repouso.

VASOS SANGUÍNEOS




Os vasos sanguíneos são de três tipos básicos: artérias, veias e capilares.

Artérias: são vasos de parede grossa que saem do coração levando sangue para os órgãos e tecidos do corpo. Compõem-se de três camadas: a mais interna, chamada endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a mediana, constituída por tecido muscular liso; a mais externa, formada por tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas.

Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos e penetra nas artérias, elas se relaxam e aumentam de tamanho, o que faz diminuir a pressão sanguínea. Caso as artérias não  relaxem o suficiente, a pressão do sangue em seu interior sobe, com risco de ruptura das paredes arteriais. Assim, a cada contração ventricular é gerada uma onda de relaxamento que se propaga pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas (ramificações finais das artérias).

Durante o relaxamento ventricular, a pressão sanguínea diminui. Ocorre, então, contração das artérias, o que mantém o sangue circulando até a próxima contração do coração.

Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. Em um adulto com boa saúde, a pressão nas artérias durante a contração (sístole) ventricular – pressão sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg (milímetros de mercúrio). Durante o relaxamento (diástole), a pressão diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a pressão diastólica ou mínima.

O ciclo de expansão e relaxamento arterial, conhecido como pulsação, pode ser percebido facilmente no punho (onde se encontra a artéria radial) ou na lateral do pescoço (onde se encontra a artéria carótida).

A pulsação corresponde às variações de pressão sanguínea na artéria durante os batimentos cardíacos. As pressões arteriais máxima e mínima podem ser detectadas nas artérias do braço e medidas com um aparelho chamado Esfigmomanômetro.



(a) A pressão na bolsa de ar maior que 120 mmHg interrompe o fluxo sanguíneo para o braço.
Com o estetoscópio, aparelho próprio para ouvir, o examinador verifica que não há passagem de sangue pela artéria.

(b) A pressão na bolsa de ar entre 80 e 120 mmHg permite o fluxo de sangue durante a contração (sístole).
O som da passagem de sangue é audível no estetoscópio. A pressão mostrada nesse momento é a pressão máxima ou sistólica.

(c) A pressão na bolsa de ar menor que 80 mmHg permite fluxo de sangue durante o relaxamento do coração (diástole); Os sons são audíveis no estetoscópio. Essa é a pressão mínima ou diastólica.

Capilares sanguíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades das ramificações das artérias (arteríolas) às extremidades das ramificações das veias (vênulas). A parede dos capilares possui uma única camada de células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.

Quando o sangue passa pelos capilares, parte do líquido que o constitui atravessa a parede capilar e espalha-se entre as células próximas, nutrindo-as e oxigenando-as. As células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no líquido extravasado, formando o denominado líquido tissular.

A maior parte do líquido tissular é reabsorvida pelos próprios capilares e reincorporada ao sangue. Apenas 1% a 2% do líquido extravasado na porção arterial do capilar não retorna à parte venosa, sendo coletado por um sistema paralelo ao circulatório, o sistema linfático, quando passa a se chamar linfa e se move lentamente pelos vasos linfáticos.

Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. A parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A diferença, porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são mais finas que as suas correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias maiores e mais largas apresentam válvulas em seu interior, que impedem o retorno de sangue e garante sua circulação em um único sentido.

O retorno do sangue ao coração deve-se, em grande parte, às contrações dos músculos, que comprimem as veias, fazendo com que o sangue se desloque em seu interior. Devido às válvulas, o sangue só pode seguir rumo ao coração.




28/11/2011


Sistema Tegumentar


O sistema tegumentar é constituído pela pele e tela subcutânea (células de gordura), juntamente com os anexos cutâneos (pêlos, unhas e glândulas). O tegumento recobre toda a superfície do corpo e é constituído por uma porção epitelial, a epiderme (camada superficial), e uma porção conjuntiva, a derme (camada profunda). Logo abaixo e em continuidade com a derme está a hipoderme, tela subcutânea, que embora tenha a mesma origem da derme não faz parte da pele (antigamente era classificada como a terceira camada da pele).

As funções realizadas pelo sistema tegumentar são:

· Proteção.
· Regulação da temperatura do organismo.
· Excreção (eliminar suor).
· Sensibilidade tátil.
· Produção de vitamina D.


Pele:
A pele representa 12% do peso seco total do corpo, com peso de aproximadamente 4,5 quilos, e é de longe o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente. É formada por duas camadas principais, a epiderme, camada superficial composta de células epiteliais intimamente unidas, e a derme, camada mais profunda composta de tecido conjuntivo denso irregular.
Apresenta múltiplas funções entre as quais a proteção contra agentes físicos, químicos, e biológicos do ambiente, e ser relativamente impermeável devido a camada de queratina (camada córnea) que recobre a camada superficial da pele.

Epiderme:
A epiderme é um epitélio multiestratificado, ou seja, formado por várias camadas de células achatadas justapostas (unidas), não vascularizado, os nutrientes e oxigênio necessários chegam por difusão (saindo do meio mais concentrado -> indo para o meio menos concentrado) a partir de vasos sanguíneos existentes na camada profunda da pele (derme).

A camada de células da epiderme mais interna, denominada epitélio germinativo (conhecida também como camada basal), é constituída por células que se crescem continuamente; dessa maneira, as novas células geradas empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. À medida que envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina.

As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável à água, denominado camada queratinizada ou córnea.

A epiderme é em geral descrita como constituída de quatro a cinco camadas ou estratos, são eles:
·         Camada Germinativa (Basal) – mais profunda
·         Camada Espinhosa
·         Camada Granulosa
·         Camada Lúcida
·         Camada Córnea (Estrato Córneo) – mais superficial


A camada germinativa (basal) é a mais profunda e assim denominada porque gera novas células e apresenta intensa atividade de multiplicação (crescimento). É responsável pela constante renovação da epiderme, fornecendo células para substituir aquelas que morrem e passam a fazer parte da camada córnea. As células partem da camada germinativa e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada mais superficial em um período de 21 a 28 dias.

As células da camada espinhosa possuem um aspecto espinhoso com importante função na manutenção das células uma do lado das outras, bem juntinhas, consequentemente auxiliando na resistência ao atrito.

A camada granulosa caracteriza-se por conter grânulos de querato-hialina que estão ligados a produção de queratina (proteína resistente a passagem de água). A medida que esses grânulos aumentam de tamanho, elas perdem o seu núcleo celular (parte da célula que a mantém viva), resultando na morte das células que se encontram na parte mais externa. Assim, essa camada é formada por células que já estão morrendo.

A camada lúcida possui células transparentes, achatadas, mortas (sem núcleos), e sua espessura é composta de uma a cinco células. Está mais presente em áreas de pele grossa (calcanhar)  e pode estar ausente em outras regiões, sendo de difícil observação.

A camada córnea forma a camada mais externa da epiderme, composta por células mortas (sem núcleos) completamente preenchidas por queratina (proteína resistente a passagem de água). São chamadas de células queratinizadas, e por se descamarem, saindo um pouco todos os dias, necessitam de substituição. Suas células formam uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e não só protegem o organismo contra a invasão de vários tipos do meio externo, como também ajudam a restringir a perda de água. Embora a camada córnea seja de pequena espessura, sua capacidade de retenção da água conserva a superfície da pele macia.

Derme
A derme, localizada imediatamente abaixo da epiderme, ligando esta com a hipoderme, é uma espessa camada de tecido conjuntivo que contém fibras elásticas (dá a elasticidade a pele), fibras reticulares (sustentação da pele), grande quantidade de fibras colágenas (sustentação da pele), vasos sanguíneos, vasos linfáticos, terminações nervosas, órgãos sensoriais (sensibilidade tátil, térmica etc) e glândulas especializadas. Observa–se na derme duas camadas, a camada papilar (mais superficial) e a camada reticular (mais profunda).

Camada Papilar
É uma camada fina, constituída por tecido conjuntivo frouxo, e assim denominada porque as papilas dérmicas (saliências em forma de ondas, entrando uma nas outras na epiderme) constituem sua parte mais importante. As papilas tem como função aumentarem a zona de contato entre a derme e a epiderme, trazendo maior resistência à pele. Logo abaixo se une à camada reticular.

Camada Reticular
É a camada mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso, composta de feixes de fibras colágenas (sustentação da pele) que se entrelaçam em um arranjo semelhante a uma rede.

As duas camadas contêm muitas fibras elásticas, reponsáves pelas características de elasticidade da pele. Uma grande diferença entre as duas camadas diz respeito ao seu conteúdo de vasos sanguíneos.

A camada papilar apresenta um suprimento sanguíneo bastante rico, onde um grupo de vasos entra dentro do tecido indo em direção da epiderme, fornecendo assim sua nutrição e atuando na regulação da temperatura.

Na camada reticular os vasos sanguíneos são raros, sendo numerosos apenas quando comparados a epiderme.



Vasos e Nervos
Há dois plexos arteriais (conjunto de artérias - responsáveis por levar sangue oxigenado - nutrientes, saudável para os tecidos) que suprem a pele: um que se situa entre a derme a hipoderme e outro apenas na derme entre suas camadas (papilar e reticular). Deste último plexo partem finos vasos ramificados para as papilas dérmicas.

O sistema de vasos linfáticos (compõe o sistema linfático, responsável por carregar moléculas grandes do organismo, como proteínas, células de gordura, células de defesa, microrganismos - bactéria, fungos etc) inicia-se nas papilas dérmicas e converge para um plexo entre as camadas da derme (papilar e reticular) e a partir daí partem ramos para outro plexo localizado entre a derme e a hipoderme.

Em toda a superfície da pele tem terminações nervosas capazes de captar estímulos de temperatura, tato e de dor. Essas terminações nervosas, ou receptores da pele, são especializados na recepção de estímulos específicos.

Nas regiões da pele com pêlo, existem terminações nervosas específicas nos folículos capilares (regiões onde se encontram os pêlos) e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. 
As terminações nervosas específicas das regiões onde se encontram os pêlos captam as forças mecânicas aplicadas. 

Os terminais de Ruffini, com sua forma de vários ramos, como se fosse uma raiz, são receptores térmicos de calor.

Na pele sem pêlo e com pêlo  encontram-se ainda três tipos de receptores:

1)   Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos de vibração e táteis.
2)   Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão.
3) Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos.

Na pele sem pêlo encontram-se, ainda, outros receptores, específicos:

4)      Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão na extremidade, ponta da pele sem pêlos (como nas partes mais altas das impressões digitais).
5)      Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. Estão nas regiões da pele com mucosas (tecido que reveste cavidades úmidas ), por exemplo: ao redor dos lábios, dentro do nariz, e ao redor dos genitais.



Receptores de Superfície
Sensação Percebida
Receptores de Krause
Frio
Receptores de Ruffini
Calor
Discos de Merkel
Tato e Pressão
Receptores de Vater-Pacini
Pressão e vibração
Receptores de Meissner
Tato
Terminações nervosas livres
Principalmente dor





Nas camadas mais profundas da epiderme estão os melanócitos, células que produzem melanina, pigmento escuro e um dos responsáveis por determinar a coloração da pele em conjunto com o caroteno ou pró – vitamina A. As diferenças da cor da pele são devidas principalmente a quantidade de melanina produzida pelas células e  como elas são distribuídas.

Os indivíduos de pele escura tem uma maior quantidade de melanina em todas as camadas da pele, e o acúmulo desse pigmento escurece a pele filtrando os raios ultravioletas (Sol). Além da concentração de melanina, a coloração da pele depende também da sua espessura.

Tela Subcutânea/ Tecido Subcutâneo/ Hipoderme/ Fáscia Superficial
Tecido sobre o qual a pele se apoia, formado por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ou adiposo (gorduroso) ao denso. Conecta a pele e a fina camada que recobre os músculos, permitindo que os músculos se contraiam sem repuxar o tecido.

Dependendo da região em estudo e do grau de alimentação do indivíduo, a tela subcutânea pode ter uma camada variável de tecido adiposo - reservatório de energia, podendo ser maior ou menor. A distribuição de gordura não é igual, acumulando mais em alguns locais do que em outros.

Além da função de reservatório energético, o tecido adiposo apresenta outras funções, como:
·         Protege a pele em temperaturas muito baixas ou muito altas (isolante térmico).
·         Dá forma a superfície corporal.
·        Absorve impactos.
·        Ajuda na fixação dos órgãos.

O metabolismo do tecido adiposo é complicado, pois há influência de hormônios (ex: crescimento, os glicocorticoides, a insulina e o hormônio tiroidiano). Sendo assim algo muito pessoal, mudando de uma pessoa para a outra de acordo com sua rotina (atividades e alimentações).

A tela subcutânea compõe-se em geral de duas camadas, das quais a mais superficial é chamada de areolar, composta por células de gordura volumosas e redondas (adipócitos globulares e volumosos), "em pé" ( na vertical), onde há uma grande quantidade de vasos sanguíneos.

Abaixo da camada areolar existe uma lamina rígida (fibrosa), que é a fáscia superficialis ou subcutânea. Esta fáscia separa a camada areolar da camada mais profunda, a camada lamelar.

A camada lamelar tem como função aumentar de espessura quando há  ganho de peso, aumento de volume as células de gordura (adipócitos), que dependendo do seu tamanho, podem invadir a fáscia superficialis.

As mulheres em qualquer faixa etária possuem em média maior quantidade de gordura corporal total que os homens.

A concentração de tecido gorduroso (adiposo) nas regiões de bumbum (glúteo) e coxas, caracterizam o acúmulo gorduroso do tipo Ginóide, mais comum ao tipo feminino. O acúmulo de gordura em regiões de tronco e abdome caracterizam o tipo Andróide, mais comum ao sexo masculino, mas isso não impede que dependendo da formação corporal de cada indivíduo essas características possam ser encontradas em ambos os sexos.

Anexos da pele
Na pele são observadas várias estruturas anexas: os pêlos, as unhas e as glândulas.

Os pêlos se originam da epiderme, dentro de um "buraco" conhecido como folículo piloso. Visíveis apenas pela sua haste estão distribuídos por quase todo o corpo.

Em certas regiões os pêlos apresentam desenvolvimento diferentes e desempenham um importante papel de proteção, especialmente quando presentes às aberturas naturais do corpo (nariz, órgãos genitais, ânus etc). Embora haja consideráveis variações na cor dos pêlos, somente três pigmentos estão presentes: a melanina (preto), o castanho e o amarelo. Combinações variadas desses três pigmentos produzem diferentes cores dos mesmos.

As glândulas sebáceas são, com raras exceções, encontradas em todas as regiões do corpo. Em geral estão juntas com os pêlos, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões com grande quantidade de pêlos. Situam-se na derme (camada mais profunda da pele) e secreta o sebo, uma mistura complexa de células de gordura, cuja função é a lubrificação da pele, além da ligeira ação bactericida (defesa), que sai pelos poros de onde surgem os pêlos.

As glândulas sudoríparas encontram - se em quase todo o corpo. O seu número varia em cada região e diminui com o avanço da idade. São mais numerosas nos indivíduos de raça negra. Secretam o suor  através da transpiração, que será em maior ou  menor quantidade  dependendo de fatores como a temperatura e a umidade do meio ambiente, da quantidade de atividade muscular, com o intuito de “refrescar” o organismo que se encontra em altas temperaturas.

As unhas são formadas pelas duas camadas superficiais da epiderme (camada córnea e camada lúcida), extremamente ricas em queratina e ligeiramente abauladas. Geralmente apresentam uma coloração rosada devido à grande quantidade de vasos sanguíneos e crescem a partir de células situadas junto a sua raiz, cerca de um milímetro por semana.


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