quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Consumo de bebidas isotônicas deve ser controlado


Um estudo feito pela Universidade Estadual da Paraíba em conjunto com a Universidade Federal da Paraíba, descobriu que a ingestão de bebidas isotônicas pode prejudicar o esmalte dos dentes dos atletas, causando cáries e aumentando a sensibilidade dentária. Mas não é só isso. Em excesso, os isotônicos dificultam a perda de peso, sobrecarregam os rins e podem contribuir para o aumento da pressão sanguínea. A seguir, veja quais os prós e contras desta bebida. 

Colha os benefícios com a dose certa

As bebidas isotônicas foram desenvolvidas para repor líquidos e sais minerais perdidos com a transpiração durante um exercício com carga intensa, com a finalidade de prevenir a desidratação e melhorar a desempenho esportivo. 

De acordo com o fisiologista do esporte Raul Santo de Oliveira, da Unifesp, os isotônicos são ricos em sódio, potássio, cálcio e fósforo, nutrientes que quando estão na corrente sanguínea favorecem o funcionamento das células e deixam o indivíduo com mais energia, tirando a sensação de cansaço. 

O termo isotônico refere-se à concentração iônica de um líquido em relação ao sangue. Se a concentração de sais minerais é menor em um líquido do que do sangue, ela é classificada como hipotônica. Quando é maior é avaliada como hipertônica e quando é igual ou muito parecido, como nas bebidas esportivas, esses líquidos são chamados de isotônicos. Por ter essas características, as bebidas isotônicas possuem melhor capacidade de repor líquidos, ganhando da água de coco e da própria água nesse quesito. De acordo com o fisiologista, para quem pratica exercícios físicos tem um acompanhamento profissional, a bebida isotônica é a melhor opção. "Por ter a mesma concentração de sais do sangue, elas fazem efeito mais rápido, do que uma quantidade igual de água", explica. 

Isotônico também engorda

"Para quem pratica exercícios e precisa de uma reposição de sais, água e energia, a bebida isotônica é a mais indicada. Mas para aqueles que não praticam atividades físicas suficientes para perder muitas calorias, os isotônicos trabalham negativamente, diminuindo as chances de perder peso", explica o fisiologista Raul Santo. 

Uma pesquisa feita pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriu que adolescentes e adultos que associam o consumo de isotônicos a uma vida saudável, e por isso bebem quantidades exageradas dessa bebida, têm dificuldades de perder peso por causa da grande ingestão de carboidratos contida nos isotônicos. "O consumo sem indicação de um profissional, a falta de exercícios e a falsa ideia de que a bebida isotônica ajuda a emagrecer, podem dificultar o processo de emagrecimento", explica Raul Santo. 

Isotônicos não substituem a água

Por mais que estas bebidas melhorem o rendimento dos esportistas, elas não devem ser consumidas como uma alternativa para matar a sede ou para hidratação, substituindo sucos, chás e, principalmente, a água. A recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é que bebidas isotônicas sejam consumidas apenas por atletas, depois de uma atividade física pesada ou indicada por um especialista.

O consumo inadequado de bebidas isotônicas, segundo Raul Santo, é um erro grave, que pode levar ao agravamento de algumas doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. "Essas bebidas, como o nome já diz, são para quem pratica atividades físicas e precisam de uma reposição de sais e de energia", aponta o especialista. Idosos e crianças também devem tomar cuidado com os isotônicos. "Antes dos seis anos e depois dos 60, é muito difícil que a quantidade de calorias gasta durante os exercícios justifique o consumo de bebidas esportivas", explica Raul Santo. Na terceira idade, também é mais comum desenvolver doenças cardíacas e diabetes, o que torna o consumo de isotônicos ainda menos indicados. 

Perigo para os rins

O aumento dos sais na corrente sanguínea pode ser um fator desencadeador para sintomas de algumas doenças, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e insuficiência renal. De acordo com Raul Santo, os indivíduos que sofrem com elas, devem evitar as bebidas isotônicas. "O isotônico não causa nenhuma dessas doenças, mas pode piorar o quadro de quem já sofrem com elas". 

Uma das maiores preocupações é em relação aos perigos que essas bebidas podem causar nos rins. Por ter uma quantidade elevada de sais, principalmente o sódio, em excesso, os isotônicos são vistos como inimigos dos rins, já que poderiam sobrecarregá-los no processo de excreção deste mineral. De acordo com os fabricantes, uma embalagem de 500 mililitros de isotônico contém no máximo 225 miligramas de sódio, enquanto o consumo diário indicado pelo Ministério da Saúde é de seis gramas. Isso significa que mesmo bebendo um litro de bebidas isotônicas, a quantidade de sódio ingerida seria apenas 10% do recomendado.

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